Jailton Santos Arruda, natural de Nova Esperança, interior de Santa Maria das Barreiras, filho de José Dias Arruda um guarda escolar, e da professora Maria de Lourdes Arruda.
Durante sua infância, gostava muito de brincar nas ruas, possuía vários amigos e amava ir a escola. Santa Ana é a sua paróquia de origem, sendo integrante da comunidade, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, onde deu o seu primeiro passo, mesmo criança sentia prazer em servir como coroinha. Viajava para servir nas missas na zona rural, juntamente com o padre Luiz, um grande motivador na sua caminhada. Durantes essas viagens o padre falava constantemente sobre seu testemunho vocacional e chamado de Deus, cativando-o curiosidades e paixão por Cristo.
Na sua comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, foi o local onde realizou os sacramentos do batismo, eucaristia e crisma, começando sua vida cristã. Em 2010, entrou para doar um ano para a missão diocesana, um ano de discernimento, nunca tinha passado pela cabeça ser padre. O desejo surgiu na missão diocesana, quando ele viu de perto a necessidade que a Diocese enfrentava, com a falta de padres e ali despertou-se sua caminhada vocacional.
Em 2011, ficou na casa do frei Gilsson, realizando um ano de pastoral, acrescentando muito na sua vida cristã. Decidiu entrar no seminário Nossa Senhora de Fátima em Brasília, no ano de 2012, com 22 anos de idade.
A família ficou assustada com a sua decisão, principalmente o seu pai, um homem tradicional, que não aceitava que o seu filho tornasse padre, queria que lhe desse muitos netos, e que estudasse para ser um excelente profissional. Os seus irmãos concordavam com a sua decisão, mais sua mãe, mesmo de outra religião, sempre apoiou e acreditou na vocação do filho.
Encarou as dificuldades sem medo, saiu de Nova Esperança, uma vila pequena do interior, conhecendo suas limitações de ensino que lhe foi oferecido, foi morar na capital Brasília-DF.
Sua maior dificuldade no seminário foi os estudos, pois veio de uma realidade do interior, onde a educação não é de qualidade. Com muito esforço concluiu as duas faculdades, filosofia e teologia. É interessante ressaltar, que todas as vezes que alcançava boas notas em suas disciplinas, era motivo de festa e grande alegria. Passava noites em constante estudo, para assim superar suas dificuldades. Quando recebia o resultado de suas notas, boas ou ruins, não esquecia de agradecer, sempre estava aos pés do Santíssimo Sacramento, o próprio Jesus.
Em 2015, no seu terceiro ano de filosofia, seria a entrega do TCC, muito preocupado na realização, estava sempre estudando. E nas férias, foi em casa visitar a família.
Estando muito próximo de sua mãe, em uma conversa, disse a ela: “Mãe, vou deixar o seminário, irei vim para a casa cuidar da senhora.” Com serenidade sua mãe responde: “Filho, eu não quero que você saia do Seminário, continue, vejo que aí é a sua verdadeira felicidade.” No final de julho para agosto sua mãe faleceu, diante de um momento delicado permaneceu firme, considerando a sua maior perca, agora o seu tesouro intercede por ela lá no céu.
O seu quarto ano de formação de teologia, foi na casa do Dom Dominique, juntamente com o Padre Joaquim Teixeira, apreciou-se de perto a graça de ser igreja com a igreja, um ano de grande aprendizado e crescimento.
Tornou-se diácono dia 29/06/2019, sendo uma grande alegria ajudar o seu povo por meio das celebrações sacramentais, ressaltando a sua primeira celebração de batismo na cidade de Piçarra, que por meio de suas mãos aquela criança se tornava filho de Deus, um momento de grande felicidade.
Aproximando-se o dia da sua ordenação sacerdotal, a emoção e a ansiedade são frequentes. Está muito animado para ir à cidade Casa de Tábua, e depois celebrar a missa em sua paróquia de origem Santa Maria das Barreiras. Servir o seu povo que acompanhou o seu crescimento, e com grande alegria poderá dizer: “Meu Deus daqui o Senhor me tirou, e agora eu volto como padre.”
Sua ordenação sacerdotal, acontecerá de portas fechadas, isso não é motivo de tristeza, declara. Será um dia de muita alegria, pois sua vontade de se doar servindo, é maior. Jailton comentou “gostaria muito que os fiéis da Diocese, estivessem presentes fisicamente, mais estaremos unidos espiritualmente, por meio das redes sociais, com a certeza que sairei da Catedral não como Diácono Jailton, e sim Padre Jailton, com o coração aberto para servir onde o Senhor me mandar”. Falou com alegria.
E acrescentou que o Sim de Maria, foi um grande início de uma jornada, este meu sim, também será o grande início dessa jornada que assumirei como Sacerdote. No qual precisamos continuar, com esse sim de Maria, que Nossa Senhora nos conceda sempre, hoje somos chamados a responder esse sim, ao projeto de Deus na nossa vida.
Cada um de nós como leigos, sacerdotes e missionários temos o dever, de cumprir o caminho a seguir, esse caminho que nos chama a santidade e assim como Maria, temos que ser obediente ouvindo o chamado de Deus.
No final da minha ordenação quero falar para esse pai misericórdioso: “Senhor muito obrigado por ter cuidado de mim, em cada detalhe.” Finalizou o Diácono Jailton.
“Louvai ao Senhor, porque ele é bom: porque eterna é a sua misericórdia.” (Salmos 117)
Pascom: Diocese de Conceição
